O Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (Ncap), a Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-vida) e a 4ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus), em parceria com a Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), deflagraram, na manhã desta quinta-feira, 26 de outubro, a Operação Caronte. Estão sendo cumpridos 12 mandados de prisão temporária e 12 mandados de busca e apreensão.
A ação tem o objetivo de desarticular dois grupos criminosos que atuam no ramo de serviços funerários, como sepultamento, embalsamento, cremação, e traslado de corpos. Os suspeitos cobravam por atestados de óbito e os encaminhavam para funerárias envolvidas no esquema. Segundo as investigações, os envolvidos captavam ilegalmente a frequência dos rádios da PCDF em busca de informações sobre mortes classificadas como aparentemente naturais e ligavam para os familiares após receberem as informações interceptadas.
Geralmente, os criminosos se passavam por servidores do Instituto Médico Legal (IML) e alegavam que existiria uma equipe que presta assistência funerária de plantão que se deslocaria para o local ou que a empresa funerária do seu grupo, que tinha vínculo com sindicatos das categorias profissionais da segurança pública, compareceria ao endereço. Em certos casos, para compelir as vítimas a contratar os serviços funerários, os envolvidos afirmavam, de forma enganosa, que a pessoa recém-falecida seria cortada ou aberta, caso tivesse de ser recolhida pelo IML, ou seja, seria submetida ao procedimento de necropsia.
Caronte
Na mitologia grega, Caronte é o barqueiro do Hades, que carrega as almas dos recém-mortos sobre as águas dos rios Estige e Aqueronte, que dividiam o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Uma moeda para pagá-lo pelo trajeto, geralmente um óbolo ou dânaca, era por vezes colocada dentro ou sobre a boca dos cadáveres, de acordo com a tradição funerária da Grécia Antiga. Segundo alguns autores, se a família não tinha condições de pagar a quantia ou os corpos não haviam sido enterrados, o morto tinha de vagar pelas margens dos rios por cem anos.
Detalhes sobre a operação serão apresentados na coletiva de imprensa, que será realizada hoje, às 10h, na sede da PCDF.
Coletiva
Data: 26 de outubro
Horário: 10h
Local: sede da PCDF - na sala de reuniões da DGPC, 2º andar Secretaria de Comunicação
(61) 3343-9601 / 3343-9220 / 99303-6173
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