Objetivo do curso foi capacitar servidores da Secretaria de Educação para transformar conflitos na comunidade escolar utilizando práticas autocompositivas

 

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) realizou, nesta quarta-feira, 13 de novembro, o encerramento do curso “Técnicas Autocompositivas de Gestão de Conflitos e Círculos de Construção de Paz”. Durante o evento, foi realizada a cerimônia de entrega dos certificados aos 15 cursistas que se dedicaram a aprender técnicas e métodos de gestão positiva de conflitos na comunidade escolar. 

Promovido pelo Grupo de Apoio à Segurança Escolar (Gase) e pela Coordenadoria Executiva de Autocomposição (Cauto), com apoio da Secretaria de Educação e Desenvolvimento Corporativo do MPDFT (Secor/MPDFT), o curso foi destinado a orientadores educacionais, psicólogos, pedagogos e professores lotados nas coordenações regionais de ensino da Secretaria de Educação. Dos 15 cursistas que se formaram, estão professores, orientadores educacionais, psicólogos e analistas de políticas públicas e gestão educacional. 

A promotora de justiça Fernanda Moraes, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc) e coordenadora do Gase, ressaltou a importância da formação dos profissionais. “A capacitação de profissionais de educação em práticas autocompositivas e restaurativas possibilita a transformação dos conflitos escolares em uma oportunidade de reflexão, mudança de comportamento e restabelecimento das relações a partir de técnicas e métodos adequados a cada contexto. Estamos investindo na disseminação da cultura da paz e na implementação de política pública de mediação escolar”, falou.

A servidora e instrutora Leila Lima afirmou que tem muitos motivos para celebrar. “Depois de 30 anos de serviço público e de sistema de Justiça, a gente acumula muitas frustrações e injustiças. Mas hoje é um dia de vitória. Isso me ajuda muito a continuar e a manter a esperança. Fico muito feliz e emocionada ao saber que meu sonho se torna realidade”, disse.

O cursista e voluntário do Gase Lucca André de Souza elogiou a iniciativa. “Quero agradecer pela oportunidade de participar desse curso. Foi muito valioso, de muito aprendizado”, afirmou.

Lívia Souza, da Assessoria Especial de Cultura de Paz da Secretaria de Educação, considerou o curso transformador. “Esse conteúdo fez com que eu pensasse na minha potência interior, e se eu conseguir levar um pouquinho adiante tudo o que aprendi, estou no caminho certo”, comentou.

Na prática

O curso é ministrado por Anna Maria Marques de Almeida, José Manoel Pereira e Leila Duarte Lima, e  marca a sequência, pelo MPDFT, de ações voltadas ao Projeto Justiça Restaurativa nas Escolas, instituído pelo Termo de Cooperação Técnica nº 49/2022. As edições anteriores ocorreram em 2016, 2018, 2019, 2021, 2022 e 2023. Nos três primeiros anos, foram realizados cursos de mediação de conflitos no contexto escolar, formando 48 mediadores de conflitos. Em seguida, foram três edições de cursos de gestores de conflitos, totalizando 82 gestores de conflitos. Ao total, 145 pessoas foram formadas até então, sendo que 33 também foram formados como facilitadores de Círculos de Construção da Paz. 

A nova edição, iniciada em 7 de agosto, teve uma carga horária total de 42 horas. O objetivo principal da formação foi tornar os participantes capazes de transformar conflitos na comunidade escolar utilizando práticas autocompositivas e restaurativas na resolução de conflitos no ambiente educacional. O conteúdo programático de círculos de construção de paz inclui o fluxo interno dos círculos; a construção de valores; a definição de diretrizes; os pressupostos centrais dos círculos; o círculo de planejamento; os conceitos de check in e check-out; o fluxo externo dos círculos; e o papel do facilitador.

A parte de técnicas autocompositivas inclui os temas: afago; audição de propostas implícitas; balanceamento; Batna; comunicação conciliatória; despolarização do conflito; empatia; enfoque prospectivo; escuta ativa; espelhamento; geração de opções (perguntas orientadas); identificação QIS; inversão de papeis; legitimação; mapeamento do conflito; organização de questões; teste de realidade; e validação de sentimentos.

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